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21/07/2021

Cuidar de quem cuida: como anda a saúde mental dos educadores?

É preciso cuidar de quem cuida. A frase, tantas vezes falada pela equipe da Comunidade Educativa CEDAC, alcançou outras dimensões durante a pandemia de Covid-19. Além dos cuidados básicos recomendados pela classe médica, como distanciamento social, uso de máscaras e higienização constante das mãos, o contexto trouxe mudanças complexas para profissionais da educação.

No início de 2020, o pesquisador Flávio Comim iniciou uma pesquisa sobre saúde mental e bem estar dos professores brasileiros, encomendada pelo Instituto Tim. No final do mesmo ano, marcado pela pandemia, a pesquisa foi repetida e apresentou dados importantes para colocar em discussão, refletir e transformar nas escolas.

Com nível de confiança de 95%, a pesquisa traz dados coletados antes da pandemia com 769 professores de escolas públicas e privadas de 22 estados, e no final do ano com 283 pessoas.

Uma conclusão alarmante indicada pela pesquisa é que, apesar de todas as dificuldades encontradas durante a pandemia, como falta de condições para ministrar aulas remotas (58%), diminuição de renda (66%), adoecimento (17%) e perda de conhecidos (66%), houve redução do nível alto de burnout, um respiro ao bem-estar mental e leve melhora no sentimento de auto-eficácia dos professores durante a pandemia.

O clima escolar e o preocupante contexto de violência nas escolas são fatores que geram impactos sobre a saúde mental e bem estar de professores e professoras. Além de declararem ser vítimas de furto, roubo, ameaça e atentado à vida, a presença de alunos sob efeito de bebida alcoólica ou drogas ilícitas também aparece.

Antes da pandemia, professores e professoras participantes da pesquisa disseram ter presenciado ou ter sido vítima de agressões dentro das escolas.

Em uma avaliação da Síndrome de Burnout, aproximadamente 40% dos entrevistados declarou sentir-se esgotado emocionalmente em seu trabalho todos os dias ou semanas, além do cansaço físico. Mesmo antes da pandemia, um em três professores sentiam que estavam em seu limite, frustrados com o trabalho (43%) e endurecidos emocionalmente (48%). 

ÓCULOS HUMANIZADORES

Em conversa com Tereza Perez, diretora-presidente da CE CEDAC, o pesquisador falou sobre a importância de políticas públicas que sejam eficazes, considerando educadores integralmente – e utilizando como base até mesmo a pesquisa. “Talvez começar a olhar para os professores e professoras com mais carinho, não como uma peça de engrenagem numa função de produção, possa ser um bom começo”, destacou Flávio Comim.




Partindo de experiências em centenas de municípios em que a CE CEDAC atua, Tereza Perez aponta possibilidades de olhar para esse cenário e criar a partir dele. “Mesmo que a gente esteja numa situação ruim, se há colaboração, se há o entendimento que juntos vamos fazer, a gente consegue fazer algumas coisas e consegue buscar alegria, consegue ter respeito, consegue ouvir os outros”, destacou.




Segundo Tereza, a importância da escuta e colaboração foi confirmada nesse período e deve ser mantida. “O que foi bom na pandemia, a gente não pode perder! Essa troca entre as pessoas intensificou muito, essa consideração com as famílias, a necessidade da participação da comunidade nesse processo educativo de tal maneira a fortalecer essa base”, enfatiza.

A gravação da conversa de Flávio Comim com Tereza Perez sobre saúde mental e bem-estar dos educadores no Brasil está disponível no canal CEDAC Vídeos, no YouTube, e pode ser acessada aqui.




Que tal conversar sobre o assunto na escola e na comunidade e buscar caminhos para um ambiente melhor para educadores e estudantes?

Para acessar os dados na apresentação da pesquisa completa, clique aqui.

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